Seja bem vindo!

Seja bem vindo!
Seja bem vindo!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Brincadeira de Criança...


Para quem vivenciou a infância na década de 90 sabe muito bem que aqueles tempos foram muito divertidos. Era uma época em que em que as crianças de fato eram crianças. Tinha pega-pega, elefante colorido, duro-mole, esconde-esconde, bolinhas de gude, pipas, peão, uma infinidade de brincadeiras...pernas arranhadas, roupas sujas de barro, alguns gritos dos pais...é tem coisas que não mudam....enfim éramos na plenitude da palavra, crianças!!!!!
Pulávamos muros alheios para pegar frutas e corríamos dos cachorros, escorregávamos na lama, e quando enfim veio o asfalto nos arrebentávamos nas decidas das ladeiras com carrinhos de rolimã , mas nem o sangue nas pernas , nem o tampão de dedão arrancado nos paralisava por muito tempo. Tudo era tão colorido, barulhento, as noites de verão pareciam mais quentes, havia mais movimento nas ruas, tudo parecia ter mais vida, e de fato tinha ... era os sons de crianças brincando num imenso colorido que só existia na nossa ótica infantil, claro que os problemas existiam , mas não dávamos tanta importância logo eram esquecidos ao sabor de um pé de moleque, ou gibi e aqueles maravilhosos canudos de leite!!! Até os doces pareciam ser mais doces naquela época...
Hoje alguns anos depois (não tantos é claro), tudo está tão diferente, crianças não correm, não se sujam, algumas (a maioria delas) não sabem , nem tem a mínima idéia do que seja estas brincadeiras que citei a cima . As noites parecem mais curtas e àquele imenso colorido transformou-se num acinzentado.
Ser criança hoje é estar conectado com a net, ter o último video-game da moda, ter equipamentos de última tecnologia. A criança que está no auge da sua infância tem que substituir seu PS2 por um PS3, ou Xbox360.
Claro que você pode se questionar qual o problema disso? que mal há em crianças que não correm pelas ruas ou pela lama? que só interagem com o virtual? talvez isso explique o fato do aumento dos índices de obesidade infantil...claro que quando uma criança joga no computador , muitas vezes tem outra pessoa do outro lado interagindo com ela,mas este contato é tão frio e distante.
Os especialistas em Desenvolvimento Humano, defendem que a interação com o outro é parte vital para este processo. A brincadeira não é em si apenas uma brincadeira, ela nos auxilia no processo de constituição, durante as brincadeiras aprendemos trabalhar em equipe, a dividir, respeitar regras, estabelecer limites, é no contato como o outro que as crianças se descobrem  se constroem, que vão moldando traços de identidade e aprendendo alguns valores que carregarão para toda a vida.... sim a brincadeira é tudo isso além de ser muito divertida!!!
Mas se uma criança passa o dia na frente do computador que troca há? pode haver troca de conhecimento? Sim, pode , mas as relações são muito impessoais. Será que esta criança ira construir um senso de realidade?  ou aprenderá respeitar o espaço do outro, ser honesta e leal uma vez que, os jogos em todo tempo estimula a competição, a vitória sempre e em muitos deles a vitória a qualquer preço?
O fato é que que só teremos certeza do resultado deste mundo imerso no virtual quando as crianças de hoje forem os adultos de amanhã. O fato que eles poderão entender tudo de tecnologia, das linguagens de programação, dos caminhos de uso dos equipamentos de ponta, mas outro por lado poderão ser mais solitárias, mais frias, mais distantes da realidade, menos preocupadas com o próximo... mas isso são só especulações.
Mas seria ótimo sair nas ruas ver crianças "batendo cara" questionando se é para contar até 50 ou 100, atravessando a rua sobre um pé só, ouvir aquele "lá vou eu", o sons de corda batendo no chão, enfim ver crianças sendo crianças de fato, com o sorriso inocente e verdadeiro que só elas são capazes de ter.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

GAZETA DE CARAPICUÍBA - 24.02.2011

2º Conselho Tutelar: uma luta que vale a pena!

Em matéria publicada no dia 20.01.11 tratei neste espaço sobre a necessidade e a urgência da implantação de mais um Conselho Tutelar no município de Carapicuíba. Para tanto fiz menção da resolução nº 75 do CONANDA (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) que trata sobre o referido tema.
Contudo, ocorre que houve um grande interesse da população, a qual me procurou para saber mais do assunto e de que forma poderia contribuir. Entretanto está matéria já foi discutida pelo Poder Legislativo municipal, este entendendo perfeitamente o anseio popular e o papel imprescindível que exerce em uma cidade aprovou em 2009 o projeto de lei para a implantação do 2º Conselho Tutelar.
Apesar, de o CT ser um órgão autônomo e independente, não subordinado a nenhum dos poderes constituídos, se faz necessário para sua criação, implantação e manutenção a previsão em lei que é feita pelos vereadores e a previsão orçamentária prevista no orçamento público do município, está parte compete ao chefe do executivo, o prefeito.
Quero trazer como exemplo o município de Embu das Artes que tem uma população bem menor que Carapicuíba, são cerca 237.318 mil (IBGE 2008), e já conta com dois Conselhos Tutelares, e com isso consegue desenvolver um bom trabalho no que se refere a defesa de direitos de crianças e adolescentes. Em conversa feita com o ex-prefeito dessa cidade, agora deputado estadual pelo PT, em fevereiro de 2010 na festa do vereador Alexandre Pimentel. O Sr. Geraldo Cruz, pessoa aparentemente muito simples e atenciosa, me informou da necessidade que era criar o 2º conselho no Embu, visto que eram alarmantes os índices de violação aos direitos do público infanto-juvenil naquele município.
O município de Carapicuíba tem motivos mais que suficientes para ter o 2º conselho. Sabemos, contudo, que a administração pública tem prioridades, assim como em qualquer lugar que precisa administrar um orçamento, mas, no entanto este órgão também precisa ser uma prioridade assim como está sendo à saúde, à educação e tantas outras áreas do governo Sérgio Ribeiro. Para que uma cidade tenha um futuro melhor é preciso investir no seu povo e principalmente em suas crianças.     

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Amor à criança, uma forma de Perversão


  O titulo deste post pode soar contraditório , sem nenhuma lógica ou nexo. Como posso amar e ao mesmo
tempo ser perverso com este objeto de amor????
  Mas isso torna-se possível quando se trata de pedofilia. O termo pedofilia vem do grego paidophilia, (pais,criança e philia amizade, amor ,afeição). Embora o sentido seja amor à criança ele foi adotado para denominar uma prática que não revela nada de amor e sim um ato repulsivo que é a violência sexual. Vale lembrar que o ECA no artigo 241D define como crime: aliciar, assediar, instigar ou constranger por qualquer meio de comunicação, criança com fim de com ela praticar ato libidinoso. Logo não é apenas o ato sexual que se define como crime mas , qualquer outro ato de apelo sexual.
  Não é rara as vezes que ouvimos dizer que as crianças são as culpadas, que elas provocaram o adulto, consentiram para a prática de tal crime. E esta visão não é apenas alegada pelo agressor , mas por muitos profissionais que atribuem à criança um "instinto sexual" que desperta o desejo no adulto.
 A primeira pessoa que trouxe à luz a sexualidade infantil foi Freud, no entanto temos que entender que a sexualidade abordada pelo Psicanalista nada tem haver com desejo ou ato sexual, a criança passa por um processo de descoberta do seu corpo de diferenciação entre os órgãos sexuais masculinos e femininos, sente-se atraída por outras crianças , se tocam , se descobrem,o que do ponto de vista psicológico  são comportamentos normais, que contribuem para o desenvolvimento desta criança, por esta razão não devem ser coibidos pelos pais mas administrados com naturalidade sempre permeando alguns limites e claro, que observar se estas crianças são da mesma idade, ou de idades próximas.
  Por isso não podemos nos basear na teoria da sexualidade infantil freudiana, para atribuir à criança qualquer co-responsabilidade com o ato de podofilia, pois a criança ainda não se constituiu enquanto um ser praticante do ato sexual, não possui uma estrutura psíquica, emocional ou física para tal.
  Muitos pesquisadores buscam entender o que se passa com adulto para que ele cometa este ato de perversão, por muito tempo defendeu-se que todo pedofilo tinha sofrido abuso quando criança, hoje sabe-se que esta máxima não é verdadeira pois nem todos que sofrem abuso na infância o reproduzem na vida adulta, da mesma forma que nem todos clérigos nem homens solteiros são pedofilos.Não há um perfil definido, por essa razão a melhor maneira de impedir ou prevenir que uma criança sofra abuso sexual é orienta-la , pois um dado é correto a maioria dos agressores são pessoas do convívio da criança, e muitas vezes não há como notar algum desvio de comportamento, logo a orientação parece ser a forma mais correta, e também estar atento caso haja alguma alteração no comportamento da criança , instrui-la a nunca guardar nenhum segredo, pois o agressor a induz não contar o fato a ninguém , se baseando em ameaças de vários sentidos.
  Enquanto cuidadores e educadores temos de estabelecer uma relação de confiança mútua com a criança, deixando-a a vontade para se expressar , contar seus sentimentos, fazendo com que se sinta segura independente da situação, que ela saiba que tem alguém em quem confiar, claro que quando estamos estabelecendo este vínculo o intuito e de protege-la e não de viola-la.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

GAZETA DE CARAPICUÍBA - 10.02.2011

Crianças e adolescentes SUJEITOS DE DIREITO sim senhor!

Atualmente a criança e o adolescente são considerados sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição Federal e nas leis, mas nem sempre foi assim, o conceito de proteção integral à infância e à adolescência é muito recente no Brasil e ainda há bastante relutância por parte de muitos profissionais, inclusive de alguns que deveriam por obrigação defender esse novo paradigma.

A doutrina da proteção integral surge em 1988, disposta no art. 227 da constituição o qual prevê “que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda e qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

O antigo Código de Menor Mello Matos de 1927 foi reformulado no ano de 1979, época da ditadura militar, mesmo com essa reformulação permaneceu o estigma arcaico da Doutrina da Situação irregular em que crianças e adolescentes, POBRES, eram considerados como menor carente, menor abandonado, menor delinqüente e fadados a Institucionalização do Estado.

Na atualidade a infância e a juventude são protegidas por uma lei mais humanizada que as considera como pessoas em desenvolvimento que devem receber a proteção da família, da sociedade e do Estado, a chamada co-responsabilidade da qual tratamos em matéria anterior.

O que quero dizer com tudo isso, caro leitor, é que houve vários avanços no que se refere a essa população, mas ainda há grandes desafios e um longo caminho a percorrer. O que deixo claro, sobretudo, é que esta lei foi criada porque muito direitos básicos não eram respeitados como ainda acontece, mesmo tendo um instrumento legal que coíba certas ações do Estado, da sociedade e da família, mesmo assim acontecem abusos e desrespeitos.

 Demorou muito para a criança e o adolescente terem o respeito e o reconhecimento que merecem, e é dever de toda a sociedade fiscalizar e exigir que se cumpra as determinações previstas no ECA, e do profissional que trabalha com esse público entender que a sociedade muda, os conceitos mudam, os costumes mudam, e que precisamos mudar também.